CUT quer debate político nas ruas

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) pretende enfrentar o movimento golpista da Direita nas ruas. Nos próximos meses, lideranças e militantes pretendem construir grandes frentes de mobilização em defesa de proposições que garantam emprego e renda à população. Apesar de admitir que é contra a política econômica implementada pelo governo federal que impõe recessão e desemprego, o secretário nacional de Organização e Política Sindical da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento, criticou o movimento golpista. “Não vai ser através do golpe que resolveremos o problema. Temos certeza que, se a direita tomar o poder, a situação do país será bem pior do que isso”, pontuou, durante intervenção no 39º ENSA.

Nascimento alertou para um trabalho orquestrado para desacreditação de movimentos políticos com a ajuda da mídia para desconstituir as associações e entidades que contribuem para a democracia. “Precisamos separar o joio do trigo. Isso vai custar muito caro”, dispara. E alertou que a crise política e financeira imposta pelo escândalo na Petrobras ameaçam milhares de empregos e uma fatia considerável do PIB nacional.

“Quem cometeu os delitos deve ser condenado. Não podemos é entrar no discurso da Direita de que essas empresas não são boas e que temos que é confiar em companhias internacionais”, disse, destacando que preocupa muito o impacto da crise na Petrobrás sobre o emprego e renda das famílias. Nascimento pontuou que a Operação Lava Jato não foi feita para investigar a corrupção no governo brasileiro. “Ela foi feita para investigar um partido político e para atrapalhar a aplicação de seu programa de governo. Há uma forte seletividade de processos e procedimentos na Lava Jato”.

De acordo com ele, a direita se reorganizou e busca promover a politização de instituições. “A direita quer judicializar a política. Esse é o debate da ordem do dia”. E pontuou que a atuação pelo impeachment vem em duas frentes: um primeiro movimento via TCU que questiona as contas da gestão condenando as pedaladas fiscais e outra via TSE que alerta sobre as contas de campanha.

Compondo a mesa, a arquiteta e urbanista Valeska Pinto questionou a posição de defesa dos empregos acima de tudo. Citando o caso do desastre ambiental de Mariana (MG), ele alertou que não adianta defender emprego e morrer soterrado ou viver em ameaça. “A CUT tem que tomar uma decisão. É preciso superar essa chamada esquizofrenia. Acho que temos que ter críticas a essa política econômica atual. Mas a política econômica está sendo levada por esse governo. E a Direita de que falamos também faz parte desse governo. Precisamos separar o joio do trigo e ficar com o trigo”.

Ao trazer o contexto conjuntural para o mercado profissional de arquitetura, o vice-presidente do Sindarq/MS, Ângelo Arruda, pontuou que, enquanto no passado os arquitetos e urbanistas eram majoritariamente profissionais liberais, hoje o cenário confirma equilíbrio com a carreira assalariada, o que indica uma migração clara.

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