UIARio2021: Legado de conhecimento e da troca de experiências ficará para todos

Um evento global que se moldou às dificuldades impostas pela pandemia e resultou num megaencontro que reuniu mais de 85 mil pessoas de 190 países. Uma Comissão Organizadora horizontal, democrática e descentralizada que permitiu o engajamento e contribuição de diversas entidades que respiram arquitetura e urbanismo todos os dias. Assim, o arquiteto e urbanista Jeferson Salazar, integrante do Conselho Consultivo da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) classificou o 27° Congresso Mundial de Arquitetos – UIARio2021, encerrado na última semana.

“O que eu vi foi algo extraordinário, um grande feito conjunto com espaço para contribuição e articulação de entidades. Houve espaço para todas, que abordaram suas pautas e participaram do processo de construção coletiva do congresso nesses últimos cinco meses”, afirmou Salazar, que presidia a FNA no ano em que o Rio foi declarado cidade-sede do evento em 2020 (adiado em função da pandemia). Na época, a FNA foi a primeira entidade do país a dar o seu apoio formal à realização do UIARio2021. “Mais do que nunca, o Congresso teve e terá o papel de levar as pautas de debate da FNA para o mundo e, também, será o vetor para a disseminação de temas tão importantes e atuais da categoria, como as relações de trabalhos e a ATHIS, que são bandeiras permanentes da federação”, afirmou. Para a presidente da FNA, Eleonora Mascia, o UIARio2021 conseguiu superar aquela que era uma das principais dificuldades impostas pela pandemia: reunir gente do mundo todo. E o tema central se encaixou exatamente com o momento em que estamos passando, especialmente no que se refere à vida das pessoas, no morar, no trabalhar e no viver nas cidades”, disse.

Eleonora elencou os temas dos debates produzidos pela FNA, todos muito voltados à própria atuação sindical da federação. “Trouxemos convidados não só da arquitetura, mas especialistas de áreas afins que levaram sua contribuição para temas tão necessários como as relações do mundo do trabalho, ensino e formação em Arquitetura e Urbanismo, ATHIS e as cidades do futuro”, pontuou. “O Congresso superou todas as dificuldades e conseguiu contemplar temas de grande relevância para a profissão e para a sociedade”, confirmou a arquiteta e urbanista Valeska Peres Pinto, ex-presidente da FNA e integrante do Conselho Consultivo da Federação.

Uma visão nova e ampla do que é a Arquitetura e o Urbanismo e o que podemos fazer para melhorar a vida das pessoas onde quer que estejam permeou todos os debates, palestras e keynote speakers no UIRio2021, que trouxe como tema neste ano Todos os Mundos, Um só Mundo. Arquitetura 2021, onde o universo de palestrantes pode compartilhar suas experiências locais.

Para o sociólogo e professor associado da Universidade Federal da Paraíba, Roberto Veras, que participou da live Mundo do Trabalho, produzida pela FNA e transmitida na abertura do evento (18/7), iniciativas como o Congresso da UIA2021 são fundamentais para colocar a categorias de arquitetos e urbanistas em estado de reflexão e formulação sobre o contexto que se vive no mundo hoje, impregnado de riscos e desafios. “Cada segmento da sociedade está desafiado a um duplo olhar: buscar o todo a partir do seu ângulo específico e compreender o seu específico ao observá-lo pelo todo. Foi o que fizemos na mesa o Mundo do Trabalho. Tenho certeza que, como este tema, a programação inteira do congresso possibilitou por vários ângulos um profundo exercício de reflexão sobre a realidade do mundo contemporâneo e as condições e possibilidades de inserção dos arquitetos e urbanistas nesse mundo”, salientou.

Para o comissário-geral do 27º Congresso Mundial de Arquitetos, Igor de Vetyemy, o evento possibilitou novas visões ao mostrar que há soluções e práticas sendo desenvolvidas em diferentes regiões do mundo que podem ser replicadas. “Não foi só o maior evento de arquitetura e urbanismo da história, mas também o mais relevante. Reunimos arquitetos e pensadores do mundo inteiro justamente no momento em que isso era mais necessário, pois tornou-se evidente o caráter emergencial de uma grande mudança na forma como estamos ocupando o planeta”, afirmou.

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