Camila Silva/Assessoria de Imprensa – FNA

Adriana propõe transformar edifícios abandonados em moradias sociais [Foto: Jocelaine Luz]
O ponto de partida foi a avenida Júlio de Castilhos, local onde Adriana morou por muitos anos. “Eu convivi com muitos prédios vazios e muitos moradores de rua, esse paradoxo sempre me chamou a atenção”, conta. A inquietação motivou a estudante a aprofundar a busca e a pesquisar sobre estes espaços, conforme mapeamento da imagem abaixo.

Levantamento da área de estudo com as edificações [Imagem: Adriana Sabadi]
Ocupando os espaços ociosos
Mais do que um simples mapeamento de edificações que não estão sendo utilizadas, a pesquisa sugere que esses prédios sejam ocupados a partir do desenvolvimento de um plano de moradia social. “Apesar de o Centro ser considerado uma região caótica, existem muitos espaços vazios e, o pior, esses espaços são muito próximos”, lamenta. A estudante propôs em seu projeto a transformação desses edifícios em moradias sociais.
Em um prazo de 30 anos, a estudante sugere a criação e estruturação de uma empresa pública habitacional em Porto Alegre, que seria responsável pela gestão desses espaços, incluindo a aplicação e cobrança do aluguel social – estipulado de acordo com a renda de quem se inscrever no projeto. O programa não é pensando apenas para pessoas de baixa renda, mas também para quem trabalha no Centro da cidade.

Linha do tempo mostra evolução do projeto em 30 anos [Imagem: Adriana Sabadi]

Projeção do Edifício Rocco composto por por moradias, café e uma horta comunitária [Imagem: Adriana Sabadi]
Transformação da região
A “mistura funcional” , que consiste na diversificação do perfil de moradores e também do uso dos espaços da região, é um dos resultados positivos que podem ser obtidos com a execução do projeto de Adriana. Ou seja, além do comércio, os espaços devem ser ocupados por moradias. Para ela, essa mistura já ocorre em Porto Alegre, mas apenas em algumas áreas consideradas “mais importantes” que o Centro. A zona de pesquisa da estudante é composta por pouca diversidade e apresenta maior esvaziamento. “As pessoas dizem que o Centro é perigoso, mas eu não concordo pois durante o dia é um lugar muito movimentado”, aponta. De acordo com a estudante, esta percepção ocorre justamente pela falta de habitações nesses espaços, o que amplia a sensação de insegurança para quem transita pelo Centro em determinados horários e dias da semana.

Mapa mostra uma proposta de mobilidade urbana [Imagem: Adriana]
Atualmente morando em São Paulo (SP), Adriana percebeu que a cidade apresenta as mesmas deficiências no que diz respeito à estruturação da área central. Além da análise individual do Centro de Porto Alegre, o objetivo da pesquisa também é fazer um comparativo entre as capitais do país.